Crianças indígenas no Brasil:qual a contribuição das pesquisas em educação para a vivência da infância no contexto escolar?

Auteurs-es

Mots-clés :

Infâncias, Crianças indígenas, Infâncias indígenas, Pesquisa bibliográfica, Educação escolar indígena.

Résumé

Este trabalho apresenta como crianças indígenas são retratadas no Brasil em pesquisas científicas da área da Educação. Executamos um recorte de pesquisa aplicado aos dados de um levantamento bibliográfico mais amplo (que contemplou também as áreas da Psicologia, Antropologia e Sociologia). Selecionamos 192 revistas científicas nacionais, sendo 80 da Educação. Oito descritores foram buscados nos resumos dos artigos, gerando mais de 6 mil ocorrências de artigos, sendo mais de 3 mil da Educação. Refinamos os resultados, especificamente da área da Educação: apenas 27 artigos tratam sobre crianças/infâncias indígenas. Analisamos o conteúdo dos artigos detalhadamente para visibilizar tais iniciativas dentre ao volume ainda ínfimo de artigos publicados sobre o assunto.

Bibliographies de l'auteur-e

Khadija Xavier dos Santos, Universidade Federal de Alagoas - Campus Sertão

Khadija Xavier dos Santos é graduada em Pedagogia Licenciatura pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Campus do Sertão.

Mônica Regina Nascimento dos Santos, Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Professora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Campus do Sertão. Doutorado em Serviço Social pelo Programa de Pós-graduação em Serviço Social da UFAL. Coordenadora do Núcleo de Estudo, Extensão e Pesquisa sobre Diversidade e Educação no Sertão Alagoano (NUDES) e do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Gênero, Igualdade e Reprodução Social - GENIR, da UFAL Sertão.

Suzana Santos Libardi, Universidade Federal de Alagoas - Unidade Educacional Palmeira dos Índios

Professora adjunta do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na Unidade Palmeira dos Índios. Doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Integra a Direção Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) - biênio 2024-25. Atua junto ao Núcleo de Estudo, Extensão e Pesquisa sobre Diversidade e Educação no Sertão Alagoano (NUDES), onde coordena o Grupo de Leitura em Estudos da Infância - GLEI.

Références

ALENCAR, J. C. P. M.; PARENTE, F. de A. Saberes de Infâncias e a Formação de Professores Indígenas. R. Educ. Públic. Cuiabá. 2017.

APALAI, W. A.; BRITO, A. do C. U.; CUSTÓDIO, E. S. O brincar das crianças indígenas no Pará: um olhar para as narrativas e vivências do povo Aparai. Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 30, n. 1, p. 115-131, jan. 2022.

AVIZ, F. R. S. de; SANTOS, T. L. dos. A cultura lúdica no contexto da educação infantil do campo: práticas e experimentações em Tracuateua-PA. Zero-a-Seis, Florianópolis, v. 24, n. 45, p. 358-378, jan./jun. 2022.

BERGAMASCHI, M. A.; MENEZES, A. L. T. Crianças indígenas, educação, escola e interculturalidade. Revista e-Curriculum, v. 14, núm. 2, p. 741-764, abril-junio. 2016.

BORGES, P. H. P. Sonhos e nomes: as crianças Guarani. Cadernos Cedes, ano XXII, no 56, abril. 2002.

BRUNO, G. M. M.; SOUZA, S. da P. V. Crianças indígenas Kaiowá e Guarani: um estudo sobre as representações sociais da deficiência. R. Educ. Públ. Cuiabá, v. 23, n. 23/1 p. 425 - 440. maio/agos. 2014.

CATARINO, P.; COSTA, C. O livro do professor "Didáctica das Lições do 1.º ano do Ensino Primário Rural" em Angola nos anos 60: descrição geral. Cadernos de História da Educação, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 258–285, jan./abr. 2017. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/che/article/view/38271. Acesso em: 27 jan. 2023.

CARVALHO, de P. M. Gênero, raça e avaliação escolar: um estudo com alfabetizadoras. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 138, set./dez. 2009.

CASTRO, L. R. de. Teorizar sobre a infância desde uma perspectiva descolonial. In: CASTRO, Lucia R. de. (Org.). Infâncias do sul global: experiências, pesquisa e teoria desde a Argentina e o Brasil. Salvador: EDUFBA, 2021, p. 61-73.

CONH, C. Educação escolar indígena: para uma discussão de cultura, criança e cidadania ativa. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 02, p. 485-515, jul./dez. 2005. http://www.ced.ufsc.br/nucleos/nup/perspectiva.html.

COSTA, G. V.; SILVA, L. V. A desconstrução das narrativas e a reconstrução do currículo: a inclusão dos saberes matemáticos dos negros e dos índios brasileiros. Educar, n. 36, p. 245-260. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000100016.

AULA, de D. P. Aprender com as crianças indígenas: mudando a lógica neocolonial presente nos processos de escolarização. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 22, n. 49/2, p. 437–452, maio/ago. 2013. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/926. Acesso em: 16 jun. 2025.

GOMES, J. C.; NASCIMENTO, A. C. A pedagogia cultural da infância indígena Guarani e Kaiowá. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 26, n. 62/1, p. 335–354, maio/ago. 2017. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/4998. Acesso em: 16 jun. 2025.

GONÇALVES, L. M. C.; LAROQUE, L. F. Políticas educacionais para a educação indígena: um estudo de caso de crianças indígenas kaingang em uma escola do Vale do Taquari, Rio Grande do Sul/Brasil. EccoS, São Paulo, n. 37, p. 163-179. maio/ago. 2015.

GRANDO, Saléte Beleni; QUEIROZ, Antonia Leticia. A educação do corpo em Vila Nova-Barbecho: o Curussé chiquitano na educação da criança. Revista de Educação Pública, [S. l.], v. 22, n. 49/2, p. 453-470. 2013.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2022: população e domicílios: primeiros resultados / IBGE, Coordenação Técnica do Censo Demográfico. Rio de Janeiro: IBGE, 2023.

JESUS, N. T. de; MALDONADO, M. Das narrativas do cineclube em cáceres às narrativas da escola indígena Lutuma Dias: a educação escolar indígena diferenciada. Cad. Pesq., São Luís, v. 24, n. 3, set./dez. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.18764/2178-2229v24n3p141-152.

LOPES, C. M.; KNAPP, C.; SANGALLI, A. Território Mitã Kuera: o cenário multiétnico do ser criança indígena. Rev. FAEEBA – Ed. e Contemp., Salvador, v. 31, n. 67, p. 268-287, jul./set. 2022. DOI: https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n67.p268-287.

LUCINDA, K. B.; FERREIRA, M. R.; KEIM, E. J. Transdisciplinaridade, cuidado e ludicidade: contornos da construção do conhecimento no cotidiano Mbya-Guarani. Divers@, Matinhos, v. 12, n. 2, p. 105–118, jul./dez. 2019. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/diver/article/download/69513/40674. Acesso em: 16 jun. 2025.

LUDWIG, A. S.; LECOMPTE, D. M. Descobrindo o contemporâneo no tradicional: reavaliação do impacto das pedagogias indígena maia e ocidental moderna sobre a identidade e o self. Educ. Pesquis., São Paulo, v. 41, n. especial, p. 1173-1190, dez. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201508144903.

MELLO, C. C. A. Se houvesse equidade: a percepção dos grupos indígenas e ribeirinhos da região da Altamira sobre o projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Novos Cadernos NAEA, Belém, v. 16, n. 1, p. 125–147, jun. 2013. Disponível em: https://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/viewFile/1066/1769. Acesso em: 16 jun. 2025.

MOREIRA, Herivelton; CALEFFE, G. Luiz. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

MUBARAC SOBRINHO, R. S. Crianças indígenas "urbanas": aproximações a uma historiografia na Amazônia. EccoS, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 467–488, jul./dez. 2007. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/eccos/article/view/1092/832. Acesso em: 16 jun. 2025.

NASCIMENTO, A. C. Os processos próprios de aprendizagem e a formação dos professores indígenas. Práxis Educativa (Brasil), Ponta Grossa, v. 7, número especial, p. 155–173, dez. 2012. DOI: 10.5212/PraxEduc.v.7iEspecial.0007. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/894/89425835008.pdf. Acesso em: 16 jun. 2025.

PÉREZ, L. A. Escola indígena: uma reflexão sobre seus fundamentos teóricos, ideológicos e políticos. Perspectiva (UFSC), Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 227–244, jan./jun. 2007. DOI: 10.5007/% x. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/1636. Acesso em: 16 jun. 2025.

PIACENTINI, T. A. A Criação do Museu do Brinquedo da Ilha de Santa Catarina da Universidade Federal de Santa Catarina. Perspectiva, Florianópolis, v. 25, n. 2, p. 595-610, jul./dez. 2007. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/1824.Acesso em: 04. Mar. 2023;

PINTO, B. C. de M.; DOMINGUES, A. S. Aprender brincando: uma arte de ouvir no cotidiano indígena Anambé no município de Moju‑Pará. RECC – Revista de Educação Ciência e Cultura, Canoas, v. 27, n. 2, p. 1–17, out. 2022. DOI: 10.18316/recc.v27i2.8318.

PRICE, G. Em direção à autenticidade: Encontro com a diferença. Cad. Cedes, Campinas, vol. 30, n. 80, p. 56-71. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-32622010000100005.

PROFICE, C. C.; SANTOS, dos M. H. G. De Grumetes a Kunumys: estilos de Infâncias Brasileiras. Hist. Educ. (Online), Porto Alegre, v. 21, n. 53, p. 307-325, set./dez. 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2236-3459/61054.

RAPIMÁN QUILAQUEO, D. et al. Educación mapuche y educación escolar en la Araucanía: doble racionalidad educativa?. Caderno de Pesquisa, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/198053143599.

REMORINI, C. Estudios etnográficos sobre el desarrollo infantil en comunidades indígenas de América Latina: contribuciones, omisiones y desafíos. Perspectiva, Florianópolis, v. 31, n. 3, 811-840 set./dez. 2013.

SILVA, R. C. da. Participação e aprendizagem na educação da criança indígena. Revista Brasileira de Educação, Belo Horizonte, v.19, no.58, jul-set: 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782014000800007.

THIÉL, J. C. A literatura dos povos indígenas e a formação do leitor multicultural. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 38, n. 4, p. 1175–1189, out./dez. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/edreal/v38n4/09.pdf. Acesso em: 16 jun. 2025.

THOMAS, J.; SOARES, L. C. As crianças tupinambás e sua educação no século XVI: ternura, dor, obediência. Rev. bras. hist. educ., Maringá-PR, v. 14, n. 1 (34), p. 23-47, jan./abr. 2014. http://dx.doi.org/10.4025/rbhe.v14i1.614. Acesso em: 12 set. 2023.

VIZCARRA-BORDI, I.; MARIN-GUADARRAMA, N. La obesidad en la resignificación de identidades infantiles indígenas en edad escolar en México: el caso de los pueblos Mazahua y Otomí. Perspectiva, Florianópolis, vol.31, n.03, pp.777-809, set./dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n3p777.

ZOIA, A.; PERIPOLLI, O. J. Infância indígena: relações educativas nos diversos contextos. Revista Educação Pública, Cuiabá, v. 22, n. 49/2, p. 421–436, maio/ago. 2013. DOI: 10.29286/rep.v22i49/2.925.

Téléchargements

Publié-e

2025-06-17

Comment citer

Xavier dos Santos, K., Santos, M. R. N. dos, & Libardi, S. S. (2025). Crianças indígenas no Brasil:qual a contribuição das pesquisas em educação para a vivência da infância no contexto escolar? . Revista Educação E Cultura Contemporânea, 22. Consulté à l’adresse https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/11492

Numéro

Vol. 22 (2025)

Rubrique

Artigos (fluxo contínuo)

Licence

Ao submeter um artigo para publicação na Revista Educação e Cultura Contemporânea, o (s) autor(es) concordam com os seguintes termos:

I. O(s) autor(es) e o(s) eventual(is) coautor(es) conhecem e declaram concordar com as políticas editoriais da revista para a publicação de artigos e com os termos e diretrizes a seguir; 

II. Os autores garantem que o trabalho não foi publicado anteriormente em meio eletrônico ou impresso, tampouco encaminhado para publicação em lí­ngua portuguesa em outros periódicos. Também asseguram que todos os autores participaram na elaboração intelectual de seu conteúdo;

III. Os artigos publicados representam, exclusivamente, a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição da Revista Educação e Cultura Contemporânea ou do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá;

IV. É responsabilidade do(s) autor(es) assegurar que o manuscrito não contenha elementos que revelem sua identidade, garantindo a revisão cega durante o processo de avaliação por pares. Para isso, devem ser adotadas as seguintes medidas: remover nomes de autores, afiliações institucionais e quaisquer informações pessoais do corpo do texto e das notas de rodapé; substituir referências à própria produção por termos neutros, como “Autor(a)” ou “Autor(a), ano”, evitando citações que permitam a identificação; nomear o arquivo de submissão de forma neutra, sem mencionar o nome do(s) autor(es); e excluir metadados do documento que possam identificar a autoria (ex.: propriedades do arquivo em editores de texto).

V. O responsável pela submissão deve certificar-se do preenchimento completo e correto das informações de todos os colaboradores, conforme solicitado no sistema de submissão, incluindo: nome completo, filiação institucional atualizada, e-mail, link para o currículo Lattes (para participantes brasileiros), ORCID e minicurrículo;

VI. O(s) autor(es) comprometem-se a submeter o manuscrito utilizando exclusivamente o template oficial disponibilizado pela Revista Educação e Cultura Contemporânea (REEDUC), assegurando o cumprimento integral das normas de formatação exigidas. Isso inclui a padronização de margens, fonte, espaçamento, estilo de citações e referências bibliográficas, conforme descrito nas Diretrizes para Autores. Submissões fora do padrão estabelecido poderão ser rejeitadas ou devolvidas para ajustes antes do encaminhamento à avaliação por pares.

VII. Caso tenha sido utilizado algum recurso de inteligência artificial (IA) durante a elaboração do manuscrito, o(s) autor(es) deve(m) declarar esse uso, seguindo as orientações do template e da seção "Declaração de Direito Autoral", disponíveis nesta página.