“Eles vão ficando, vão ficando em um ano de escolaridade, vão ficando...”: perspectivas de equipes gestoras sobre a presença de jovens na Educação de Jovens e Adultos de Angra dos Reis
Mots-clés :
Educação de Jovens e Adultos, Juventudes, Processos de EscolarizaçãoRésumé
A pesquisa trata sobre a interseção entre juventudes e escola, tendo como foco a presença de jovens na Educação de Jovens e Adultos (EJA) da rede pública municipal de ensino de Angra dos Reis. O estudo investiga processos, dinâmicas e elementos presentes no sistema educacional, que geram e/ou contribuem para a presença crescente de jovens nas turmas de EJA e se articula em torno da seguinte questão: no contexto da rede municipal de ensino angrense, quais mecanismos influenciam ou se relacionam à presença de jovens na EJA? Para compreender esse contexto, adotamos procedimentos metodológicos que se fundamentam na abordagem qualitativa, Bogdan e Biklen (1994). Nesse sentido, privilegiamos as perspectivas de gestores e equipe técnico-pedagógica que atuam nas unidades educacionais de EJA da rede municipal, mediante a realização de entrevistas, bem como análise de documentos e dados produzidos no âmbito da gestão municipal. A pesquisa revelou que fatores como retenção, abandono, infrequência e distorção idade-série, associados à indisciplina dos discentes no chamado ensino regular, potencializado pelas dificuldades e fragilidades das instituições, resultam no que podemos denominar de “impulso” para a saída desses sujeitos da escola diurna, valendo-se da EJA como alternativa ou “mais uma oportunidade” de prosseguimento nos estudos.Références
ANDRADE, E. R. Os jovens da EJA e a EJA dos jovens. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; Paiva, Jane (Org.): Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.
BEISEGIEL, C. R. Estado e educação popular: um estudo sobre a educação de adultos. São Paulo, Pioneira, 1974.
BOGDAN, R.C.; BUKLEN, S. K. Investigação qualitativa em educação. Porto: Editora Porto. 1994.
BRASIL. LEI Nº 12.796, DE 4 DE ABRIL DE 2013. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências.
BRASIL. Documento Nacional Preparatório à VI CONFINTEA / MEC – Brasília: MEC; Goiânia: FUNAPE/UFG,2009.
BRASIL. Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP - Censo Educacional. Brasília, 2018.
CARRANO P.; PEREGRINO, M. Jovens e escola: compartilhando territórios e sentidos de presença. São Paulo: Ação Educativa, 2003.
HADDAD, S.; DI PIERRO M. C. Escolarização de jovens e adultos. Revista Brasileira de Educação, n° 14, mai/jun/jul/ago, 2000.
JULIÃO, E. F.; FERREIRA, M.P. As políticas de ampliação de oportunidades educacionais no Brasil e as trajetórias escolares na Educação de Jovens e Adultos no Ensino Médio na cidade do Rio de Janeiro. Arquivos analíticos de políticas educativas. Arizona State University, Vol.26, N.156, dez. 2018.
______. Efeitos das políticas de correção de fluxo sobre as gerações escolares que frequentam o Ensino Médio na modalidade de Jovens e Adultos no Rio de Janeiro. Revista Educação e Cultura Contemporânea. v. 16, n. 46, p. 372-403, 2019.
______. A educação de jovens e adultos na região costa verde do estado do Rio de Janeiro. In: Elionaldo Fernandes Julião. (Org.). Em diálogo com a educação de jovens e adultos: questões, reflexões e perspectivas. 1ed.Uberlandia: Navegando, 2020, v. 1, p. 61-93.
LIBÂNEO, J. C. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, 38(1), 13–28, 2012.
MACHADO, M. M. A prática e a formação de professores na EJA: uma análise de dissertações e teses produzidas no período de 1986 a 1998. In: Reunião Anual da 23ª ANPED, 2000, Caxambu. Trabalhos apresentados. Minas Gerais: ANPED, 2000.
PEREIRA, T. V.; OLIVEIRA, R. A. A. Juvenilização da Educação de Jovens e Adultos como efeito colateral das políticas de responsabilização. Estudos em Avaliação Educacional (Online), v. 1, p. 528-553, 2018.
PMAR. Resolução SECT nº 003 de 2017.
SALES, S. R.; FISCHMAN, G. Promessas, políticas e interrogações sobre as identidades dos sujeitos da EJA. Currículo sem Fronteiras, v. 19, n. 3, p. 1131-1141, set./dez. 2019. Disponível em: http://curriculosemfronteiras.org/vol19iss3articles/sales-fischman.pdf
SALES, S. R.; PAIVA, J. Contextos, perguntas, respostas: o que há de novo na Educação de Jovens e Adultos? Archivos Analíticos de Políticas Educativas / Education Policy Analysis Archives, v. 21, p. 1-16, 2013.
SALES, S. R.; PAIVA, J. As muitas invenções da EJA. Archivos Analíticos de Políticas Educativas / Education Policy Analysis Archives, v. 1, p. 1-17, 2014.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Ao submeter um artigo para publicação na Revista Educação e Cultura Contemporânea, o (s) autor(es) concordam com os seguintes termos:
I. O(s) autor(es) e o(s) eventual(is) coautor(es) conhecem e declaram concordar com as políticas editoriais da revista para a publicação de artigos e com os termos e diretrizes a seguir;
II. Os autores garantem que o trabalho não foi publicado anteriormente em meio eletrônico ou impresso, tampouco encaminhado para publicação em língua portuguesa em outros periódicos. Também asseguram que todos os autores participaram na elaboração intelectual de seu conteúdo;
III. Os artigos publicados representam, exclusivamente, a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição da Revista Educação e Cultura Contemporânea ou do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estácio de Sá;
IV. É responsabilidade do(s) autor(es) assegurar que o manuscrito não contenha elementos que revelem sua identidade, garantindo a revisão cega durante o processo de avaliação por pares. Para isso, devem ser adotadas as seguintes medidas: remover nomes de autores, afiliações institucionais e quaisquer informações pessoais do corpo do texto e das notas de rodapé; substituir referências à própria produção por termos neutros, como “Autor(a)” ou “Autor(a), ano”, evitando citações que permitam a identificação; nomear o arquivo de submissão de forma neutra, sem mencionar o nome do(s) autor(es); e excluir metadados do documento que possam identificar a autoria (ex.: propriedades do arquivo em editores de texto).
V. O responsável pela submissão deve certificar-se do preenchimento completo e correto das informações de todos os colaboradores, conforme solicitado no sistema de submissão, incluindo: nome completo, filiação institucional atualizada, e-mail, link para o currículo Lattes (para participantes brasileiros), ORCID e minicurrículo;
VI. O(s) autor(es) comprometem-se a submeter o manuscrito utilizando exclusivamente o template oficial disponibilizado pela Revista Educação e Cultura Contemporânea (REEDUC), assegurando o cumprimento integral das normas de formatação exigidas. Isso inclui a padronização de margens, fonte, espaçamento, estilo de citações e referências bibliográficas, conforme descrito nas Diretrizes para Autores. Submissões fora do padrão estabelecido poderão ser rejeitadas ou devolvidas para ajustes antes do encaminhamento à avaliação por pares.
VII. Caso tenha sido utilizado algum recurso de inteligência artificial (IA) durante a elaboração do manuscrito, o(s) autor(es) deve(m) declarar esse uso, seguindo as orientações do template e da seção "Declaração de Direito Autoral", disponíveis nesta página.