Educação libertadora e liberdade na concepção de Paulo Freire, em diferenciação à liberdade liberal

Autores

Palavras-chave:

Liberdade, Intencionalidade da consciência, Pedagogia Dialógica, Libertação

Resumo

No presente texto apresentamos o significado freireano de liberdade e de suas implicações e a diferenciamos do conceito liberal de liberdade como independência, conforme John Locke, que, aliada ao uso instrumental da racionalidade, levou à negação do social nas políticas econômicas e de gestão em geral, à desconsideração do outro nas relações cotidianas e à teoria moral consequencialista. Ao explicitar a concepção de Freire e seu objetivo de desvendar continuamente a condição de ser sujeito, enfatizamos a intencionalidade da consciência, o inacabamento, a vocação ontológica e histórica de tender a ser mais e a intersubjetividade. Por ser dependente da relação com os outros, num mundo comum, a liberdade leva o autor à radical politicidade da educação, na direção da transformação das condições sociais, mediante projetos políticos participativos, democráticos, a efetivar-se numa pedagogia dialógica, pela mediação do mundo-linguagem comum.

Biografia do Autor

Luiz Gilberto Kronbauer, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (PPGE/UFSM). Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Celso Ilgo Henz, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (PPGE/UFSM). Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Pós-Doutor pela Universidad de Sevilla.

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Publicado

27-12-2025

Edição

Seção

Artigos (fluxo contínuo)