Que Educação Pública Queremos? Discussões Sobre Processo Educativo, Conflitos, Disputas e Possibilidades

Autores

Palavras-chave:

Educação Pública; Processo Educativo; Conflitos Sociais.

Resumo

O presente trabalho se materializa em forma de ensaio e traz, em seu bojo, um debate, que perpassa a realidade da educação pública brasileira, as instituições escolares e os processos formativos vivenciados cotidianamente, a partir de experiências vividas em salas de aulas da educação básica em Minas Gerais. Com o objetivo de fomentar uma reflexão sobre as potencialidades de uma educação mais humanizada, para formar sujeitos que estejam aptos a construir uma sociedade mais igualitária, partimos da discussão que, aponta o potencial formativo do conflito, da divergência de ideias e de concepções, bem como das disputas simbólicas na arena social. A construção do conhecimento crítico e com fins emancipatórios traz consigo potencialidades formativas da práxis e implica o entendimento das contradições sociais, das lutas empreendidas entre classes antagônicas, das identidades dos sujeitos educandos e dos seus lugares sociais. Possibilita ainda o fomento a intervenções na realidade social, que possam resultar em transformações efetivas.

Biografia do Autor

Francisco André Silva Martins

Professor Efetivo, Faculdade de Educação, Campus BH, Universidade do Estado de Minas Gerais (FaE / CBH / UEMG). Departamento de Administração Educacional (DAE). Professor Permanente do Programa Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, Linha 2 - Trabalho, Movimentos Sociais, História da Educação e Políticas Educacionais, Mestrado Acadêmico em Educação e Formação Humana, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais. Tem Doutorado em Educação pela FaE-UFMG (2016), no qual desenvolveu pesquisa sobre a participação de jovens em movimentos de ação coletiva em uma ocupação urbana na cidade de Belo Horizonte e a dimensão formativa dessas experiências. Foi bolsista CAPES / REUNI atuando na equipe pedagógica do GIZ e como professor no curso de "Formação em Docência do Ensino Superior" para discentes da pós-graduação e docentes da UFMG. Tem Mestrado em Educação pela FaE-UFMG (2010), no qual desenvolveu pesquisa sobre a participação de estudantes em um grêmio estudantil em uma escola pública na periferia da cidade de Contagem. Coordenador e Pesquisador do Grupo de Pesquisa e Extensão Observatório das Juventudes da FAE UEMG fundado em 2020 e vinculado ao CNPq ( dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/1226652922184844 ) e ao GT 03 Movimentos Sociais, Sujeitos e Processos Educativos da ANPED. Pesquisador do NEPEJA (Núcleo de Estudos e Pesquisas de Educação de Jovens e Adultos) da Faculdade de Educação da UEMG (FaE/CBH/UEMG). Pesquisador do Observatório da Juventude (FaE-UFMG) onde desenvolve também trabalhos de extensão com formação de professores, educadores sociais/agentes culturais e jovens. Editor Adjunto da Revista Educação Em Foco - UEMG (ISSN 2317-0093) e Editor Associado da Revista SCIAS Direitos Humanos e Educação - UEMG (ISSN 2596-1772) e da Revista SCIAS LIBRAS - UEMG. Suas pesquisas se debruçam, principalmente, sobre os seguintes temas: Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Popular, Juventude, Sociologia da Juventude, Experiências Participativas e Formativas, Militância, Movimentos Sociais e Ações Coletivas. Atua como membro do Fórum Mineiro de Educação de Jovens, Adultos e Idosos FOMEJA desde o ano de 2018. Atua como membro do Fórum Metropolitano de Belo Horizonte de Educação de Jovens, Adultos e Idosos FOMETRO desde 2020. Lecionou a disciplina História na Educação Básica, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Rede Estadual de Ensino em Minas Gerais e Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte.

Referências

ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985.

ARROYO, Miguel. A escola possível é possível? In. ARROYO, Miguel (orgs.). Da escola carente à escola possível. São Paulo: Loyola, 1997.

ARROYO, Miguel. Educação e exclusão da cidadania. In. BUFFA, Ester; ARROYO, Miguel; NOSELLA, Paolo (orgs.). Educação e Cidadania: quem educa o cidadão?. São Paulo: Cortez, 2003.

ARROYO, Miguel. Ofício de mestre. Petrópolis: Vozes, 2011.

ARROYO, Miguel. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2013.

ARROYO, Miguel. O humano é viável? É educável? Revista Pedagógica, Chapecó, v. 17, n. 35, maio-ago, 2015.

ARROYO, Miguel. Vidas ameaçadas. Petrópolis: Vozes, 2019.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Brasília: Editora UNB, 2000.

CAMPOS, Antônia; MEDEIROS, Jonas; RIBEIRO, Mário. Escolas em Luta. São Paulo: Veneta, 2016.

CAMASMIE, Mariana Junqueira. O Movimento de Ocupação das escolas e as novas formas de fruição das juventudes escolarizadas nas classes populares do Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). PUC Rio. Rio de Janeiro, RJ, 2018.

CENPEC. Pesquisa Participação e Engajamento de Jovens e suas Repercussões na vida escolar: o caso das ocupações de São Paulo. São Paulo: Cenpec, 2015.

CUNHA, João Batista Coelho. Educação, Juventudes e Participação Política: os sentidos atribuídos pelos jovens à ocupação das escolas em Goiás. Dissertação (Mestrado em Educação). PUC Goiás. Goiânia, GO, 2019.

DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

FERNANDES, Cleonice & SERAFIM, Carla. (2020). Pedagogia Sistêmica: uma Nova Abordagem no Processo de Ensino Aprendizagem. Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas. 21. 303-313. 10.17921/2447-8733.2020v21n3p303-313.

FREIRE, Paulo. Conscientização. São Paulo: Morais, 1980.

FREIRE, Paulo. Professora sim, tia não. São Paulo: Olho D’água, 1997.

FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Editora Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Indignação: cartas pedagógicas e outros escritos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para liberdade e outros escritos. São Paulo: Paz e Terra, 2018.

FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo: Paz e Terra, 2020.

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. Rio de Janeiro: Record, 2001.

GADOTTI, Moacir. Educação e Poder. São Paulo: Cortez, 2003.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 2003.

MARTINS, Francisco André Silva. A voz do estudante na Educação Pública: em estudo sobre a participação de jovens por meio do grêmio estudantil. São Carlos: De Carlos, 2022.

MÉSZÁROS, Istvan. A Educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2008.

PINHEIRO, Antonio. (2019). Historiadores da educação brasileira: gerações em diálogo. Revista Brasileira de História da Educação. 19. e059. 10.4025/rbhe.v19i0.47525.

RODRIGUES, Neidson. Da mistificação da escola à escola necessária. São Paulo: Cortez, 2003.

TEIXEIRA, Inês. Os professores como sujeitos sócio-culturais. In. DAYRELL, Juarez. Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

VALLE, Flávia. Os muros da escola já foram derrubados? O olhar dos jovens sobre participação juvenil a partir de uma experiência de ocupação de escola. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2020.

Downloads

Publicado

08-11-2024

Como Citar

André Silva Martins, F. ., & Leite de Oliveira, E. (2024). Que Educação Pública Queremos? Discussões Sobre Processo Educativo, Conflitos, Disputas e Possibilidades. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 21, 11337. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/11337

Edição

Seção

Artigos