Ontologia, racionalidade e a prática de valores
Resumo
É possível defender a ética sem a ontologia? Defendo que não, mas não defendo uma ontologia metafísica, nem reducionista ou eliminacionista. Na base da dependência social de valores defendida por Joseph Raz, ou seja, que valores existem na medida em que são sustentados por práticas sociais, critico elementos dessa teoria, especificamente a idéia de que a validade de valores é independente de sua dependência social. No entanto, não proponho um relativismo de valores, argumentando que é possível manter o pluralismo de valores enquanto, também, mantendo a possibilidade de validá-los racionalmente, mas numa maneira diferente da de Raz. Faço isso a partir de uma reconstrução da análise de Habermas sobre a conexão entre a existência de valores e sua validade, conexão essa estabelecida pela dependência mútua entre a linguagem e o mundo social. Assim, a dependência social de valores é segurada pelas práticas lingí¼ísticas de comunicação, bem como sua validade (ou não). No entanto, contrário a Habermas, não vejo por que valores, analisados assim, não podem constar como parte de uma ontologia social, especificamente a força constrangedora dessa ontologia com relação às práticas de indivíduos. Termino com algumas reflexões sobre essa análise e a prática educativa.Downloads
Publicado
07-05-2019
Como Citar
Bannell, R. I. (2019). Ontologia, racionalidade e a prática de valores. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 5(9), 121–138. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/6594
Edição
Seção
Conferências e Palestras