A escola na literatura: do escárnio à gratidão
Résumé
O presente trabalho tem por objetivo discutir o valor de ensinar nesses tempos atuais. Para tanto, empreende um esforço filosófico-educacional de identificar alguns dos elementos que indicam, à revelia da efemeridade ou transitoriedade que caracterizam os tempos modernos, o significado atemporal e estável de uma das práticas sociais humanas mais relevantes. Apostando nos laços solidários entre literatura e educação e na força heurística desse cruzamento, escolhe como mote o prosaico tema do ingresso da criança na escola primária sob dois pontos de vista diferenciados: o de Raul Pompéia, em sua obra "O Ateneu" e o da poeta Cora Coralina em "Cântico Excelso", um dos textos que introduz o seu livro "Vintém de cobre". São essas duas obras - a primeira por oposição e a segunda por afirmação relativamente à prática de ensino - que sugerem uma interlocução com um espectro variado de autores situados em vários campos do conhecimento. Contornando pontos de tensão entre natureza e cultura; tradição e modernidade; dimensão subjetiva, particular e corporal dos indivíduos e dimensão objetiva, universal e material de um processo pedagógico institucional, o trabalho ainda percorre alguns dos dilemas da educação contemporânea e interroga sobre os possíveis efeitos de um dos lugares mais comuns da pedagogia dos nossos dias: a idéia segundo a qual a modernidade em educação é portadora de todas as virtudes e a tradição de todos os vícios.Téléchargements
Publié-e
2019-05-11
Comment citer
Dozol, M. de S. (2019). A escola na literatura: do escárnio à gratidão. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 5(9), 203–214. Consulté à l’adresse https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/6603
Numéro
Rubrique
Conferências e Palestras