John Dewey, o dragão cético

Autores/as

  • Marcus Vinicius Cunha Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - USP

Resumen

Tomando como ponto de partida a expectativa de certezas no campo da educação, o que constitui a razão de ser das teorias pedagógicas, o presente trabalho problematiza as concepções de John Dewey quanto ao oferecimento de perspectivas seguras para as práticas educacionais: ficando a meio termo entre a ciência e a arte, o filósofo norte-americano é apontado como cético, tanto por pensadores católicos quanto por defensores da ciência. Retoma-se então a história do ceticismo, desde os gregos até Hume, no intuito de compreender as idéias deweyanas, concluindo-se que as mesmas podem ser vistas como céticas, de fato, o que remete a uma nova problematização, desta feita acerca de suas bases racionais. Seriam as teses deweyanas ameaças reais à racionalidade do trabalho de educar, ou não passariam de um monstro imaginário, qual um dragão de São Jorge? A metáfora "dragão cético" oriunda de Popkin visa mostrar que as invectivas da filosofia moderna contra o ceticismo fracassaram por buscar a verdade em argumentos dogmáticos que não cabem no repertório cético. Neste estudo, a mesma metáfora é prolongada para significar que a filosofia educacional deweyana não precisa ser atacada pelos defensores da razão, pois seus princí­pios não são desprovidos de racionalidade. Para justificar tal afirmação, recorre-se à análise das concepções de Aristóteles sobre as formas de conhecimento nos âmbitos da ciência e da arte, concluindo-se com a sugestão de situar a proposta educacional deweyana nos domí­nios da arte retórica. Palavras-chave: Teorias Pedagógicas. Ceticismo. Aristóteles. Retórica.

Publicado

2018-11-12

Cómo citar

Cunha, M. V. (2018). John Dewey, o dragão cético. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 3(6), 45–63. Recuperado a partir de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/5931

Número

Sección

Artigos