"A tecnologia não tem que ser maior do que o professor": visão dos professores quanto ao uso da tecnologia no contexto escolar

Autores/as

  • Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar Universidade Federal de Goiás
  • Joana Peixoto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
  • Rose Mary Almas de Carvalho Pontifí­cia Universidade Católica de Goiás

Resumen

O presente artigo é recorte de pesquisa que visou a analisar, relativamente aos programas oficiais de integração das tecnologias à educação, as percepções de professores da rede pública da educação básica do estado de Goiás sobre o papel das tecnologias na educação e a trajetória de suas práticas pedagógicas. Os dados foram obtidos pela realização de entrevistas com 76 professores de 23 escolas públicas vinculadas aos 11 primeiros Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) instalados no estado de Goiás. Neste artigo, apresentamos a análise dos dados relativos à visão docente sobre sua formação para o uso de instrumentos tecnológicos na prática pedagógica. O conteúdo das entrevistas foi organizado em duas unidades de análise: a determinista-tecnocêntrica e a instrumental. Observamos que as trajetórias formativas vivenciadas pelos professores da rede pública de educação goiana se alinham a um projeto de educação de cunho economicista que atende às demandas do neoliberalismo e está centrado na racionalidade técnica. Este projeto educacional se apoia na ideia de que quanto mais tecnologia menos mão de obra será necessária. Assim, predomina a visão de que o desempenho dos alunos depende mais dos materiais didático-pedagógicos do que da qualidade das intervenções docentes. À luz do materialismo histórico-dialético, tomamos a racionalidade da práxis como possibilidade de análise. Por conseguinte, rejeitamos tanto o materialismo ingênuo como o idealismo, compreendendo que, no processo de apropriação didático-pedagógica de tecnologias, os professores não podem ser considerados nem totalmente autônomos nem inteiramente submissos.

Biografía del autor/a

Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Educação pela Pontifí­cia Universidade Católica de Goiás (PUCGO), na linha de pesquisa de Teorias Pedagógicas e Processos Educacionais. Mestre em Biologia pela UFG. Graduou-se em Ciências Biológicas, licenciatura e bacharelado, pela UCG-GO. Professora adjunto da Universidade Federal de Goiás, no programa de pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática e no Departamento de Educação em Ciências do Instituto de Ciências Biológicas.

Joana Peixoto, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás (1982), especialização em Informática e Educação pela Unicamp (1989), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Goiás (1991), DEA "Approches Plurielles en Sciences de l'Éducation" (2002) e doutorado em Ciências da Educação pela Universidade Paris 8 (2005). Atualmente é professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu em Educação da PUC GOIÁS e professora no Instituto Federal de Educação, Cência e Tecnologia de Goiás. É lí­der do Kadjót - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as relações entre as tecnologias e a educação. Tem experiência em formação de professores, com ênfase na área de Tecnologia e educação, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologia e educação, informática e educação, mí­dia e educação, educação a distância e na relação destes temas com a formação de professores.

Rose Mary Almas de Carvalho, Pontifí­cia Universidade Católica de Goiás

Graduada em Pedagogia pela Universidade Gama Filho e Mestre em Educação pela Pontifí­cia Universidade Católica de Goiás. É professora da Pontifí­cia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), atuando na formação inicial e continuada de professores. Nos cursos de licenciatura, leciona a disciplina Educação e Comunicação e Mí­dia. Exerce, nesta Instituição, a função de coordenação de Educação a Distância, sendo responsável pela gestão do processo educacional na modalidade de EAD a fim de inovar as propostas e as formas de operacionalização do currí­culo com a utilização das tecnologias. Integra como vice-lí­der o grupo de pesquisa Kadjót - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as relações entre as Tecnologias e a Educação, certificado pelo Instituto Federal de Goiás. Esse grupo tem por objetivo investigar questões epistemológicas que fundamentam as relações entre as tecnologias e a educação, tomando como referência as ações formativas e práticas docentes com uso de tecnologias, especialmente no âmbito da educação pública. Representa a PUC Goiás, desde 2003, junto ao Programa Cátedra UNESCO , na Cátedra em Ciência da Educação para a Formação de Docentes e Investigação Cientí­fica (Ref. Chair 43)

Publicado

2016-04-08

Cómo citar

Echalar, A. D. L. F., Peixoto, J., & Carvalho, R. M. A. de. (2016). "A tecnologia não tem que ser maior do que o professor": visão dos professores quanto ao uso da tecnologia no contexto escolar. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 13(31), 160–180. Recuperado a partir de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/1512

Número

Sección

Artigos