O Discurso acerca do Ensino da Matemática como Representação Social da Ciência Matemática
Palabras clave:
Ensino da Matemática. , Exames Nacionais. , Representações Sociais. , Retórica e Argumentação.Resumen
Este artigo apresenta uma análise retórica das concepções e representações sociais do ensino de matemática apreendidas nos discursos acerca do fracasso escolar medido pelos exames em larga escala (ENEM, PISA). Essa análise recorreu aos esquemas retóricos que estabelecem o que se considera ser "matemático", que coordena e condiciona o que se diz ser o modo correto de ensinar essa disciplina. O esquema predominante é a dissociação de noção (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 2014), no qual o termo 1 é a expressão do que falta para ser a noção por inteiro (termo 2). No caso em pauta, o termo 1 é não ser capaz de efetivar corretamente os cálculos propostos nos exames. Assim, os exames determinam o que se considera próprio do conhecimento matemático, o qual é reduzido aos cálculos, assumindo-se que há uma relação biunívoca entre a escala da medida e o estado cognitivo dos submetidos às provas. Como a representação social de algum conhecimento é o seu duplo (MOSCOVICI, 2012) para atender as necessidades e interesses do grupo que a produz, então podemos afirmar que os exames expressam uma representação social de Matemática, na qual esta é reduzida aos cálculos. Essa representação social é uma das expressões da ideologia cientificista, o que procuramos mostrar neste artigo. Palavras-chave: Ensino da Matemática. Exames Nacionais. Representações Sociais. Retórica e Argumentação.