Mulheres do candomblé e suas lutas ontológicas: Caxuté, um terreiro camponês e a educação

Autores

  • Ana Cristina Nascimento Givigi Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Resumo

Este artigo investiga experiências ontológicas de mulheres do Nzo Kwa Minkisi Nkasuté ye Kitembu Mvilla (Terreiro Caxuté, Valença/BA) e o agenciamento polí­tico cosmológico destas à terra - território ancestral de (re)existência negra - e verifica se essa relação oferece postulados à educação do campo. Resulta de pesquisa que articula princí­pios filosóficos e epistemológicos decoloniais (LUGONES, 2014; QUIJANO, 2005) e negros (FANON, 2008; KILOMBA, 2019) e por meio do método cartográfico (ESCOSSIA; KASTRUP; PASSOS, 2010) mapeia e analisa práticas polí­tico ontológicas femininas constituí­das na pedagogia desse terreiro (SANTOS, 2019) de candomblé bantu. Conclue-se que o projeto educativo do terreiro dialoga com a educação do campo (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2004), aciona o campesinato negro e suas relações (GOMES, 2006, 2015), redimensiona a relação com a terra, delimitada por lutas ontológicas (ESCOBAR, 2014), movidas pela filosofia de suma qamaí±a e pela (re)invenção de vidas femininas (SEGATO, 2012; OYEWUMI, 2004; HOOKS, 2014). Palavras-Chave: Caxuté. Educação do campo. Lutas ontológicas. Mulheres de candomblé. Pedagogia de terreiro.

Biografia do Autor

Ana Cristina Nascimento Givigi, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Professora Associada I da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) no Centro Formação de Professores (CFP). Atualmente estuda questões epistemológicas e polí­ticas geradas pelas intercessões entre cultura, raça, gênero e sexualidade. Dedica-se í s cartografias de femininos campesinos e estratégias coletivas orientadas pelos saberes ancestrais, tradicionais e de luta pela terra. É vice- coordenadora do Grupo Núcleo Capitu de Gênero, Sexualidade e Diversidade/ Cnpq e pertence ao Grupo de Pesquisa Educação e Diversidade/Cnpq. É professora do Mestrado Profissional em Educação do Campo/UFRB, orientando trabalhos em gênero, culturas e resistências, soberania alimentar , lutas ontológicas pela terra e ancestralidade em intersecção com a questão agrária brasileira. Possui graduação em comunicação pela Universidade Federal do Espí­rito Santo (1989), Mestrado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Espí­rito Santo (2009).

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Publicado

28-02-2020

Como Citar

Givigi, A. C. N. (2020). Mulheres do candomblé e suas lutas ontológicas: Caxuté, um terreiro camponês e a educação. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 17(48), 450–470. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/7023

Edição

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Seção temática