Ciberterritorialidades: tensões no cotidiano escolar e linhas de fuga traçadas por docentes e discentes

Autores

  • Karla Nascimento de Almeida Universidade Vale do Rio Doce
  • Cristiane Mendes Netto Universidade Vale do Rio Doce
  • Maria Celeste Reis Fernandes de Souza Universidade Vale do Rio Doce

Resumo

As relações espaço-temporais, alteradas pelas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), e o modo como essas adentram na escola é objeto de atenção neste artigo, que apresenta resultados de uma pesquisa que se propôs a cartografar territorialidades docentes e discentes no uso das TIC. Em um exercí­cio interdisciplinar, buscou-se as contribuições de autores/as do campo da Geografia, da Comunicação e da Educação. O estudo, de abordagem qualitativa, teve como campo uma escola que funciona em tempo integral e possui projeto pedagógico voltado para o uso das tecnologias. Os sujeitos participantes foram docentes e discentes do 9º ano do Ensino Fundamental. O material empí­rico foi produzido por meio de observação e entrevistas e, para a análise, foi acionado o conceito de rizoma dos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guatarri. Os resultados evidenciam que docentes e discentes se apropriam do território virtual. Foi possí­vel capturar nos modos pelos quais os sujeitos se apropriam das TIC na vida cotidiana, incluindo o tempo em que permanecem na escola, a prática de ciberterritorialidades nas quais se engendram tensões nas demarcações feitas pela forma escolar e linhas de fuga, possibilitadas pelo uso das TIC. As conclusões indicam que o debate das TIC na educação ultrapassa a perspectiva de seu uso como ferramenta pedagógica no reconhecimento de que as mesmas se enredam numa complexidade de relações culturais, temporais e espaciais. Palavras-chave: Educação. Ciberterritorialidade. Cultura. Tecnologias da Informação e Comunicação. Abstract The space-times relationships altered by the Information and Communication Technologies (ICT) and the way in which they go into the school is the subject of attention in this article that presents results of a research that proposed to map the territorialities of teachers and students in the use of ICT. In an interdisciplinary exercise, we sought contributions from authors in the fields of Geography, Communication and Education. The qualitative study was based on a school that works full time and has a pedagogical project focused on the use of technologies. The subjects were teachers and students of the 9th grade of Elementary School. The empirical material was produced through observation and interviews and for the analysis, it was used rhizome"s concept of the philosophers Gilles Deleuze and Félix Guatarri.The results show that teachers and students take ownership of the virtual territory. It was possible to capture in the ways in which subjects take ownership of ICTs in everyday life, including the time they remain in school, cyberterritorialities practices in which tensions are generated in the demarcations made by school form and the lines of escape, made possible by the use of ICT. The conclusions indicate that the ICT debate in education goes beyond the perspective of its use as a pedagogical tool, recognizing that they are entangled in a complexity of the cultural, temporal and spatial relationships. Keywords: Education. Cyberterritorialities. Culture. Information and Communication Technologies.

Biografia do Autor

Karla Nascimento de Almeida, Universidade Vale do Rio Doce

Mestre em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE, graduada em Jornalismo pela UNIVALE e em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Atualmente é professora e coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Vale do Rio Doce.

Cristiane Mendes Netto, Universidade Vale do Rio Doce

Doutora em Gestão e Organização do Conhecimento pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Especialização em Educação a Distância pelo SENAC-RJ. Especialização em Design Instrucional para EaD Virtual pela UNIFEI. Bacharelado em Informática pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atua como professora no ensino superior desde o ano de 2001. Atualmente é professora na Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE e coordenadora do Núcleo de Educação a Distância.

Maria Celeste Reis Fernandes de Souza, Universidade Vale do Rio Doce

Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola - FAFILE (1983), Mestre em Ciências de la Educación pelo Instituto Enrique José Varona, Havana. (2001), Doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (2008) e realizou estágio de pós-doutoramento em educação na Universidade Federal de Sergipe - UFS (2015). É professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Integrada do Território da Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE.

Publicado

21-02-2019

Como Citar

Almeida, K. N. de, Netto, C. M., & Souza, M. C. R. F. de. (2019). Ciberterritorialidades: tensões no cotidiano escolar e linhas de fuga traçadas por docentes e discentes. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 16(43), 72–94. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/5810

Edição

Seção

Artigos