Do olhar nos faróis ao convívio com malabaristas: a prática social do pedir nos semáforos
Resumo
Considerando a histórica e permanente luta por um mundo mais justo e dialógico em defesa da existência humana e, assim, da humanização, o presente estudo alicerçou-se com um posicionamento político a favor das comunidades populares, compreendendo que as práticas sociais por elas constituídas são repletas de significações, forças ideológicas e contra ideológicas, as quais expressam, reproduzem, fortalecem e transformam processos educativos entre seus integrantes. Desta forma, possuindo referências em autores como Paulo Freire, Enrique Dussel e Ernani Maria Fiori, esta pesquisa foi construída em um vivo e dialógico movimento de experiências e compreensão das tensões existentes entre os processos de opressão e humanização, presentes nas práticas sociais constituídas por moradores de rua e por malabaristas que, resistentemente, reproduzem, expressam e constroem seus processos educativos. Especificamente, buscou-se descrever alguns dos processos educativos construídos entre pessoas que convivem em avenidas, próximas aos semáforos de trânsito, realizando malabarismo. Por meio do convívio dialógico investigativo, os dados foram registrados através de notas e diários de campo em referência às 25 horas de convivência com 5 malabaristas e 1 morador de rua, durante 4 tardes e noites. Nas trocas intersubjetivas decorrentes a tal inserção, duas práticas sociais foram identificadas: o pedir nos semáforos através da oralidade e através do malabarismo. Em linhas gerais, os resultados assinalam que para os(a) colaboradores(a), o aprender uns-com-os-outros a sorrir, conviver, compartilhar e compreender o contexto dos semáforos (para que através do malabarismo peçam dinheiro, alimentos e respeito aos motoristas) é uma constante na luta por sua existência e humanização.Downloads
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