A cultura da vaidade e o comprometimento da construção da noção de justiça em crianças em fase do despertar do senso moral
Résumé
Este artigo procura compreender a "cultura da vaidade" e como a influência de seus valores compromete seriamente a construção da noção de justiça em crianças em fase do despertar do senso moral. Buscou-se verificar, com base na psicologia moral, como se forma a noção de direitos na criança e como essa construção leva ao surgimento da noção de justiça. Notável entre os sentimentos que participam da construção dessas noções, a indignação mereceu atenção especial. Na "aurora da moralidade", esse sentimento cumpre um papel essencial, pois, por meio dele, ao lutar pelo reconhecimento alheio do próprio valor, a criança vê a si mesma como sujeito de direitos. Posteriormente, com o desenvolvimento, ela também poderá se indignar quando direitos alheios forem desrespeitados. Está em gestação, portanto, a construção da noção de justiça, essencial para a vida moral, logo para a posterior construção da personalidade ética. Porém, a "cultura da vaidade", por disseminar valores individualistas e favorecer o egocentrismo, mantém as pessoas com uma noção de direitos autorreferenciada. Logo, o outro e seus direitos são relegados à invisibilidade, o que esvazia a moral de um de seus fundamentos mais importantes e compromete a construção da noção de justiça. Conclui-se com uma reflexão sobre o papel da escola e do professor, sobre os quais também recai a responsabilidade de rejeitar a "cultura da vaidade" e promover ambientes cooperativos, solidários e justos, a fim de que as disposições para a moralidade se tornem valor aos olhos das novas gerações. Palavras-chave: Cultura da vaidade. Moral. Construção da noção de justiça. Sentimento de indignação.Téléchargements
Publié-e
2016-04-20
Comment citer
do Nascimento, K. M., & Bronzatto, M. (2016). A cultura da vaidade e o comprometimento da construção da noção de justiça em crianças em fase do despertar do senso moral. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 13(30), 75–108. Consulté à l’adresse https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/883
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