"Imaginar apesar de tudo": da imagem à responsabilização ética pela vida do outro
Resumen
Em tempos sombrios, e que nos tornam, a cada vez, cegos diante da dor do outro, como pensar sobre o tema de uma responsabilização ética sobre a dor de corpos legados a uma condição precária? Para dar conta deste objetivo, este texto conjuga duas discussões. Inicialmente, fazemos uma aposta sobre o conceito de imagem, assumindo tal conceito como fio condutor do debate. Assim, na primeira seção, debatemos sobre a capacidade das imagens em nos convocar, na relação mesma de olhar, ao que chamamos de uma responsabilização ética pela vida do outro. Tal debate é realizado a partir de um diálogo entre autores como Georges Didi-Huberman e Judith Butler e nossa tentativa é, a partir deles, discutir o conceito de cegueira epistemológica como um tipo de retórica do inimaginável presente nas imagens do sofrimento e da dor humana em tempos de guerra. Em seguida, analisamos três imagens que compõem Holocaust Project, da artista americana de Judy Chicago, selecionadas por sua capacidade em nos convocar a nos afastarmos de uma cegueira epistemológica que nos ensina um tipo particular de apagamento, qual seja, aquele vinculado às práticas de, até hoje, (não) olharmos a experiência das mulheres nos campos de concentração. Ao fazer isso, direcionamo-nos a um exercício empático à dor e ao sofrimento das mulheres imputados pelo nazismo, convocando-nos a uma dimensão mais ampla: a de nos responsabilizarmos por uma condição precária que tem o gênero como elemento fundante.Descargas
Publicado
2018-06-12
Cómo citar
Balthazar, G. da S., & Marcello, F. de A. (2018). "Imaginar apesar de tudo": da imagem à responsabilização ética pela vida do outro. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 15(39), 136–162. Recuperado a partir de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/4729
Número
Sección
Artigos