Potências e desafios da relação entre cegueira epistemológica e problematização para a pesquisa com a escola.

Autores/as

  • Clarice Salete Traversini Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Julia Milani Reis Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Konstans --- Steffen Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumen

Este artigo objetiva analisar como o processo de pesquisar com a escola pode potencializar olhares epistemológicos plurais quando construí­dos no coletivo de professoras-pesquisadoras que atuam na escola e professoras-pesquisadoras atuantes na universidade. Para tanto, foi realizada uma aproximação das noções de cegueira epistemológica e de problematização. Como caminho investigativo, seguiram-se os atinentes à investigação de inspiração etnográfica realizada pelo Grupo de Pesquisa. Os excertos aqui selecionados, de 2017, são oriundos de reuniões com professoras atuantes em uma escola pública do sul do paí­s. Este exercí­cio analí­tico possibilitou concluir que a aproximação das noções se tornou potente e desafiante para o processo de pesquisar com a escola. Potente ao assumir a pesquisa como um gesto investigativo que pluraliza verdades, e não a aplicação de metodologias que resultam em resposta única. Igualmente potente ao afastar-se do agir cotidiano para pensar práticas de avaliação e (in)disciplina, como ilustrado neste texto, para pensá-las não apenas como temas da escola, mas como problemas, decisões tomadas como efeito das relações de poder imbricadas com determinado caráter polí­tico-epistemológico operando na escola. Dar-se conta da parcialidade de nossa visão e problematizar fazeres e saberes cotidianos no processo de pesquisar com é pensar a própria ciência ao discutirem-se, por exemplo, práticas de avaliação e a (in)disciplina na escola. Desafiante ao perceber que pesquisar com, considerando as cegueiras epistemológicas, é compreender que não serão superadas, mas que, ao visibilizá-las, o olhar do pesquisador se torna vigilante às armadilhas das generalizações e verdades absolutas historicamente assépticas.

Biografía del autor/a

Clarice Salete Traversini, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora do Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Departamento de Ensino e Currí­culo

Julia Milani Reis, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora do Ensino Fundamental, pedagoga e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - UFRGS

Konstans --- Steffen, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Orientadora Educacional do Ensino Fundamental e Médio, psicóloga e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação - UFRGS

Publicado

2018-05-10

Cómo citar

Traversini, C. S., Reis, J. M., & Steffen, K. .-.-.-. (2018). Potências e desafios da relação entre cegueira epistemológica e problematização para a pesquisa com a escola. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 15(39), 196–214. Recuperado a partir de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/4723

Número

Sección

Artigos