É preciso falar sobre a morte. Alguém escuta? A escrita de si como alternativa ao silenciamento da escola em relação à dor do aluno enlutado
Resumo
Este artigo tem como tema a morte e o morrer e o discurso sobre ele. A hipótese é que a sociedade contemporânea interditou a morte e o morrer, o que faz com que o sujeito que passa pela experiência da perda de um ente querido não encontre espaço para expressar sua tristeza. O artigo tem como objetivo geral repensar a educação, revisitando o tema da morte e como objetivos específicos levantar as representações acerca da morte e do morrer no discurso manifestado por uma aluna do Ensino Médio e apontar em que medida, ao falar de sua relação com a morte, o sujeito se ressignifica. A pesquisa sustenta-se nos estudos foucaultianos, da terceira fase da escrita de si e a análise se pauta nos postulados da Análise do Discurso de linha francesa, com insights da psicanálise freudiana. O corpus analisado consiste em uma entrevista com uma aluna do ensino médio - EJA. A conclusão possível leva a perceber a importância deste estudo à educação, pois traz uma discussão que se propõe ir além do pedagógico e trazer ao seu centro, não o sujeito na condição de aluno, mas a pessoa humana que existe e precisa falar. Este falar, tão necessário no discurso, apresenta a relação paradoxal entre o interdito do discurso da morte, a partir do silenciamento, e a necessidade de falar, exposta no discurso da entrevistada.Downloads
Publicado
26-03-2014
Como Citar
Mascia, M. A. A., & da Silva, J. P. (2014). É preciso falar sobre a morte. Alguém escuta? A escrita de si como alternativa ao silenciamento da escola em relação à dor do aluno enlutado. Revista Educação E Cultura Contemporânea, 11(23), 84–112. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/reeduc/article/view/886
Edição
Seção
Artigos