Ser Professora: feminização e desvalorização do magistério
Resumo
Este estudo discute os resultados de duas pesquisas realizadas num intervalo de dez anos. A primeira, conduzida por Silva (1995), buscava conhecer a identidade de professores do 1º Grau; a segunda, empreendida por Alves-Mazzotti et al. (2005), procurava indícios das representações de ser professor produzidas por professores do ensino fundamental. Embora os dois trabalhos tenham sido publicados com uma década de diferença, os resultados encontrados são muito semelhantes e indicam que: a formação não contempla a realidade escolar cotidiana; a insatisfação com a carreira se relaciona diretamente com a sensação de abandono, o acúmulo de tarefas e a precarização do trabalho docente; e os alunos são a principal razão da escolha e permanência dos professores no magistério. Em ambas as pesquisas é possível verificar que o processo ensino-aprendizagem está calcado no binômio amor-dedicação. As duas palavras se tornam marcas identitárias relacionadas ao feminino e, por extensão, ao magistério, onde a vocação e o dom para exercer a profissão vêm da formação moral e intelectual recebida em casa. A professora atua na escola como atua em sua casa, não havendo necessidade de formação específica, sendo suficiente gostar de criança. O trânsito lar-escola dificulta o reconhecimento da atividade como profissão e desvaloriza o trabalho feminino: trabalho doméstico e trabalho na escola se misturam e provocam a cristalização do cuidado como competência feminina e para a qual não é necessária qualificação profissional. A atitude maternal e o sentimento de amor evidenciam uma construção histórica do universo feminino e uma desvalorização do magistério. Palavras-chave: Feminização. Magistério. Desvalorização.Downloads
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