Práticas de socialização no terreiro: possibilidades e desafios nos estudos das religiões de matrizes africanas
Resumo
A socialização como categoria sociológica pode ser compreendida a partir de seu duplo aspecto: o primeiro entende que a socialização é a ação exercida pela sociedade sobre o indivíduo com o objetivo específico de integrá-lo ao grupo, a sociedade; o segundo, parte da perspectiva da apropriação por este mesmo indivíduo, do universo social do qual ele faz parte, a partir de processos que variam segundo grupos distintos, onde a relação entre gerações deve ser entendida de forma complexa e dinâmica. Portanto, a socialização é um processo essencialmente ativo que se desenrola durante toda a vida do indivíduo por meio de práticas e vivências. No texto, tecemos algumas considerações sobre a socialização no Terreiro. Isto é, de como o indivíduo se constrói e é construído por processos de socialização específicos do campo religioso, aqui entendido como os processos de socialização presentes nas religiões de matriz africanas, em especial o candomblé. Na perspectiva do texto, o terreiro de candomblé surge no Brasil como produto de (re)invenções e (re)significações de um legado ancestral africano e afro-brasileiro, elemento fundante das identidades religiosas dos herdeiros da diáspora negra, estabelecendo no seu interior fronteiras sagradas e seculares. Assim, o estudo da socialização no terreiro possibilita uma análise das interações sociais estabelecidas por esses indivíduos, com base em impulsos individuais, ou em função, com propósitos específicos, sendo organizadas a partir de uma geografia social que permite, por exemplo, sua localização nas redes de sociabilidade do qual fazem parte. Palavras-chave: Redes de sociabilidade. Socialização. Terreiro de candomblé.Downloads
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