Imagens e as suas fugas do visível
Resumo
Este ensaio aborda a condição paradoxal do encontro entre escritas e imagens nos registros das pesquisas com os cotidianos, haja vista a condição do jogo entre o visível-invisível, um dos estruturantes das lógicas da percepção e da representação da realidade. A partir da análise da proposição da noção de cegueira epistemológica, recorrem-se a algumas fontes de estudos tanto da filosofia quanto do cinema para adensar a ideia do retorno da imagem à visibilidade e não de retirá-la da invisibilidade ou de um campo de "cegueira". O percurso analítico organiza-se em quatro extratos, cada um deles problematizando em questão a relação entre a compreensão de imagem e sua associação com um espectro da visibilidade, de dar a ver, a partir de seu caráter indiciário, de pistas, de identificação e narratividade inventiva. Escolhe-se, para adensamento da discussão, algumas características do conceito de intervalo, nos estudos das imagens no campo das artes e da filosofia, sugerindo apostas muito mais nas passagens, nos deslocamentos espaçotemporais do entre, nas descrenças do poder da percepção sensorial e motora. Indica-se a possibilidade de proposição de um universo da sensação e da afecção com as imagens, que permitiram a interrupção do movimento, a fixação da intenção de se traçarem as teias da complexidade, o retorno ao visível de algo novo, imperceptível e não-recognoscível, um plano imanente para epistemologias dos cotidianos escolares singulares.Downloads
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