Potências e desafios da relação entre cegueira epistemológica e problematização para a pesquisa com a escola.
Resumo
Este artigo objetiva analisar como o processo de pesquisar com a escola pode potencializar olhares epistemológicos plurais quando construídos no coletivo de professoras-pesquisadoras que atuam na escola e professoras-pesquisadoras atuantes na universidade. Para tanto, foi realizada uma aproximação das noções de cegueira epistemológica e de problematização. Como caminho investigativo, seguiram-se os atinentes à investigação de inspiração etnográfica realizada pelo Grupo de Pesquisa. Os excertos aqui selecionados, de 2017, são oriundos de reuniões com professoras atuantes em uma escola pública do sul do país. Este exercício analítico possibilitou concluir que a aproximação das noções se tornou potente e desafiante para o processo de pesquisar com a escola. Potente ao assumir a pesquisa como um gesto investigativo que pluraliza verdades, e não a aplicação de metodologias que resultam em resposta única. Igualmente potente ao afastar-se do agir cotidiano para pensar práticas de avaliação e (in)disciplina, como ilustrado neste texto, para pensá-las não apenas como temas da escola, mas como problemas, decisões tomadas como efeito das relações de poder imbricadas com determinado caráter político-epistemológico operando na escola. Dar-se conta da parcialidade de nossa visão e problematizar fazeres e saberes cotidianos no processo de pesquisar com é pensar a própria ciência ao discutirem-se, por exemplo, práticas de avaliação e a (in)disciplina na escola. Desafiante ao perceber que pesquisar com, considerando as cegueiras epistemológicas, é compreender que não serão superadas, mas que, ao visibilizá-las, o olhar do pesquisador se torna vigilante às armadilhas das generalizações e verdades absolutas historicamente assépticas.Downloads
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