Favelado é "o outro": aportes sobre estigmas e identidades em sala de aula

Resumo

O presente artigo discute o quadro teórico e metodológico que trata sobre a construção do estigma de "ser favelado" a partir de experiência realizada com alunos de duas escolas na Cidade Alta, conjunto surgido no processo de remoção de favelas executado pelos governos federal e estadual do Rio de Janeiro no auge da Ditadura Militar e que hoje é considerado favela por vários atores, incluindo os moradores e, no caso que nos interessa, os alunos. Além disso, discutimos como os estigmas interferem na construção das identidades e de que forma a memória é transmitida e/ou silenciada em diferentes gerações. E como isso interfere nas sociabilidades, dentro e fora da sala de aula, em um local que vive um cotidiano de intensa violência urbana. Nesse sentido, apresentamos aqui um debate sobre a bibliografia utilizada para discutir as noções de estigma e identidade por autores como Goffman, Elias, Said, bem como Bourdieu para compreender de que forma as disputas simbólicas estruturam as identidades e as posições de poder. Memória- História Oral - estigma - identidades