Por uma leitura onto-histórica do cotidiano: contribuições iniciais
Resumo
Propomos-nos a discutir a categoria do cotidiano, pelo menos em suas linhas mestras, optando por visitar esse conceito nos escritos de Lukács, principalmente em sua última obra escrita, acabada, revisada e publicada em vida: Estética I: La peculiaridad de lo estético. Observa-se a escassez de estudos filosóficos acerca da teoria do cotidiano e que, nos dias atuais, tais formulações perspectivadas na crista hegemônica, de modo geral, com raras exceções, são pesquisas que supervalorizam o cotidiano a partir de uma análise distante de uma concepção ontológica. Apoiados em uma base onto-histórica, nossas considerações vão ao encontro da compreensão de que qualquer nível de atividade humana deve pressupor o trabalho como categoria fundante. Desse modo, reconhecemos o adequado tratamento à categoria cotidiano, entendendo, nesse sentido, a vida cotidiana como começo e fim de toda atividade humana. Com efeito, o cotidiano consiste no plano mais imediato das objetivações humanas, mas a partir do qual se alargam atividades mais complexas, a exemplo da ciência e da arte etc, que ultrapassam a esfera do imediato, possibilitando ao conjunto da humanidade um desenvolvimento cada vez maior do homem enquanto ser genérico. Diante do exposto e da concretude do real em movimento, asseveramos que a cotidianidade exige a realização de objetivações cada vez mais complexas, a fim de que a sociedade possa se reproduzir.Downloads
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