Competências esperadas do professor e o brincar na Educação Infantil: reflexões a partir da técnica de substituição
Resumo
Este artigo aprofunda a discussão sobre alguns resultados de uma pesquisa mais ampla que objetivou compreender como as representações sobre o brincar impregnam as práticas educativas das professoras de Educação Infantil da rede municipal de educação de Maceió, AL, Brasil. Participaram 186 professoras de crianças de um a cinco anos. Aqui são apresentados e discutidos apenas os resultados de três questões referentes às competências do professor de EI. A formulação dessas questões utilizou a seleção hierarquizada (ABRIC, 2003) e a técnica de substituição (GUIMELLI; DESCHAMPS, 2000; FLAMENT; MILLAND, 2010). É discutida a contribuição dessas técnicas para o conhecimento das representações sociais sobre o trabalho do professor de EI. Os participantes deveriam assinalar todos os itens pertinentes de uma lista de 26 e depois selecionar e ordenar cinco itens, de acordo com sua importância, tanto de seu próprio ponto de vista (condição standard), como do ponto de vista dos pais das crianças (condição de substituição). Na análise dos dados foram comparadas as frequências em cada uma das três situações e a ordem de importância de cada item nas duas questões em que foi utilizada a hierarquização. Os resultados mostraram que os pais são vistos como um grupo diferente e antagônico ao grupo dos professores, que desvaloriza o trabalho destes, esvaziando sua dimensão profissional. A brincadeira é priorizada como artifício didático, mas não como atividade de livre expressão, muito menos como eixo condutor das práticas educativas. A alfabetização parece ser um elemento polêmico sujeito a pressões normativas, que merece investigação mais aprofundada.Downloads
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