Centro-periferia": uma proposta de estudo da sala de aula
Resumo
Resumo Este artigo apresenta um estudo iniciado em um pós-doutorado que dá continuidade a uma pesquisa realizada em um doutorado sobre o sistema de ensino brasileiro. Nessa primeira pesquisa é descrito um princípio segundo o qual as salas de aula se organizam, a partir da metáfora "centro-periferia". O estudo de caso em duas escolas públicas cariocas buscou descrever o fenômeno da "repetência", discutido no final dos anos 1980 por pesquisadores como Phillip Fletcher, Sérgio Costa Ribeiro, Ruben Klein e Claudio Moura Castro. A observação de campo revelou que a "cultura" da repetência se reproduz na estrutura da sala de aula: o professor separa os estudantes em centro e periferia e ensina í queles que vê como centro. Essa estrutura é descrita pelos modos de agir do professor com os alunos na sala. A pesquisa também mostrou que existem dois tipos de alunos no "centro". No primeiro tipo, conforme a teoria da reprodução do Bourdieu, estão estudantes cujas condições extras escolares contribuíram para seu lugar na sala de aula. No segundo, conforme a pesquisa demonstrou, estão alunos com condições socioeconômicas mais simples. De acordo com o efeito Pigmalião, tais alunos foram escolhidos para serem ensinados pelo professor. A observação nas salas de aula das duas escolas permitiu descrever como se estrutura hoje, no Brasil, esse efeito descrito pela literatura. A pesquisa de doutorado gerou perguntas que deverão ser respondidas com um instrumento sociológico de cunho qualitativo: Quais os critérios de escolha do professor? Existe algum padrão nas escolhas docentes? Palavras-chave: Escola. Cultura. Repetência. Sala de aula.Downloads
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