A indisciplina escolar descrita em imagens e metáforas de professores
Resumo
A pesquisa pretendeu desvelar as representações sociais de professores sobre a indisciplina, por meio da análise e interpretação das imagens e metáforas evocadas pelos docentes. O referencial que embasa a análise é o diálogo entre a abordagem dimensional das representações sociais de Moscovici e a Epistemologia e Psicologia Genética de Piaget. As imagens foram buscadas em um questionário (n= 273) e por entrevistas (n= 40) e sua análise deu-se mediante interpretação hermenêutica e qualitativa, com auxílio do método da análise de conteúdo. A partir das interpretações das metáforas, notou-se que a indisciplina se apresenta aos professores como um dos principais obstáculos pedagógicos da contemporaneidade, causando-lhes desgaste e inquietações. Apesar desse fator comum de estresse no ambiente educacional, constatou-se nos professores investigados a presença de duas representações antagônicas. A primeira, hegemônica e mais compartilhada, é causal, expressando sentimentos de perda, impotência e fracasso, onde os professores procuram culpados e se eximem como corresponsáveis pela indisciplina. Por outro lado, a secundária é relacional e foca a complexidade da indisciplina, por meio da qual se destacam imagens de persistência e esperança, profissionalismo e paixão. Mediante os desafios propostos pela indisciplina, esse grupo de professores vê oportunidades para se recriar, crescer e se reinventar. Nessa perspectiva, a indisciplina é um convite para a revolução da escola para ambientes mais democráticos e cooperativos.
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