O cotidiano da infância e das práticas educativas da educação do campo: categorias em construção na História Social da Infância e na História da Educação
Resumo
O presente artigo versa sobre a infância campesina e as práticas educativas da escola da educação do campo. Busca compreender o cotidiano da infância em uma comunidade rural em suas práticas econômicas, sociais e culturais, na perspectiva dos adultos e das crianças. A investigação empírica foi desenvolvida no Assentamento Fortaleza, localizado no Povoado Aningas, município de Nossa Senhora da Glória - SE. As questões tratadas são as seguintes: de que modo se constitui o cotidiano da infância campesina, tendo em vista as temporalidades já vivenciadas pelos adultos e pelas crianças que hoje vivem suas infâncias? Como se deu e como hoje se desenvolve esse cotidiano na comunidade e nas práticas educativas da escola? É possível confirmar a existência de uma especificidade de infância campesina através da elaboração histórica do cotidiano da educação do campo? Tais questões tentaram ser esclarecidas na perspectiva dos estudos da História Social da Infância em cruzamento com a História da Educação. A metodologia constituiu-se um movimento de observação e de análise que transita entre a totalidade, a especificidade e a singularidade do objeto de estudo. Os resultados indicam que a luta pela terra, implica na luta pela educação escolar. Demonstram que os adultos foram crianças privadas de suas infâncias em função do trabalho infantil que os obrigou a abandonar a escola. Já entre as atuais crianças, a brincadeira e o trabalho ocorrem em um todo complexo, elas trabalham, mas com sentido de aprender a vida na roça sem deixarem de brincar e ir à escola.Downloads
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