Representações sociais: contribuição para um saber sociocultural sem fronteiras
Resumo
O texto apresenta a teoria das representações sociais (TRS) como uma via de aproximação dos fenômenos de ideação social e coletiva mostrando que somente o estudo dos processos e produtos por meio dos quais indivíduos e grupos constroem, reconfiguram, interpretam seu mundo e sua vida pode encaminhar à integração das dimensões sociais e culturais com a história, como evolução diacrônica orientada. Caracteriza os processos de simbolização, dentre os quais a representação, como os que permitem aos indivíduos, situados em um espaço e um tempo, elaborarem esquemas organizadores e referências que ordenam a vida social, no mesmo dinamismo pelo qual, no enraizamento social e histórico, definem-se as condições de produção e de transmissão destes processos e de seus produtos. As representações sociais são circunscritas como conhecimento do senso comum, aquele que se faz nas relações e práticas cotidianas de indivíduos e grupos, e servem como guias para a ação e para a leitura da realidade, ao caracterizar pertenças, definir proximidades e diferenças. A importância assumida pela TRS na América Latina é associada à sua adequação aos objetivos de compreensão e de respeito aos indivíduos e aos grupos com os quais o investigador trabalha: centrando-se no estudo do pensamento social, ou seja, na maneira pela qual as comunidades humanas expressam e vivem suas relações com os objetos que as afetam, este veio teórico permite aproximar-se da maneira sempre particular e original pela qual se constroem o dizer e o fazer destas comunidades, para penetrar seu sentido e restituí-lo em sua autenticidade. A aproximação das representações sociais é apresentada como um caminho para quem pretende examinar o papel dos fatores sociais na formação e no funcionamento do senso comum, em sujeitos que são necessariamente sociais pelos laços da intercomunicação e por sua inscrição em um contexto sociocultural e em um marco histórico.Downloads
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