Relatos de um professor-investigador em ensino de Ciências: histórias do/no cotidiano da formação de professor em exercício
Resumo
Este artigo, tomando como fio condutor de ideias a metáfora da viagem de Ianni (2003), tem como objetivo descrever interpretativamente os efeitos de uma sequência de ensino, que conjugou técnicas autobiográficas e estudos de filosofia pós-positivista da ciência, na potencialização de atualizações das redes de saberes e fazeres de professores, entendidas como agenciadoras das maneiras de compor práticas pedagógicas curriculares. Para tanto, histórias e depoimentos cotidianos compartilhados na trajetória formativa de professores em exercício na disciplina Ensino de Ciências Naturais II, curso de Pedagogia, Universidade do Estado da Bahia foram registrados e abordados numa perspectiva compreensiva. Noções sócio-fenomenológicas de Maffesoli (2007, 2008), registros pós-estruturalistas e pós-modernos dos modos de pesquisa, e aspectos filosóficos da ciência pós-positivista foram abordados na construção da sequência de ensino e da rede filosófico-metodológica da investigação. A pesquisação de cunho etnográfico (ANDRÉ, 2008) e a abordagem autobiográfica de Roth (2000) e Sá (2009, 2010) foram eleitas para articulação das ações planejadas pelo professor-investigador. Revelam-se compreensões construídas em referências aos efeitos da proposta de ensino e às cenas e histórias interpretadas que, ao lado da ressignificação de estratégias didáticas fortemente ritualizadas no cotidiano escolar e sua transformação explícita em propostas coadunadas aos propósitos do ensino de ciências para a cidadania, permitem interrogar a dinâmica especular entre ensino de ciências na escola e ciência praticada pela comunidade científica ao (a/re)presentar marcas identitárias híbridas da ciência praticada no chão da escola.Downloads
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