POLÍTICAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO BÁSICO EM PORTUGUAL - UMA ANÁLISE FOCADA NO EXERCÍCIOS DA PROFISSÃO
Resumo
Discursos políticos internacionais e discursos académicos têm apontado para a necessidade de uma formação inicial de professores que se amplie para além dos conhecimentos disciplinares tradicionais (TARDIF; LESSARD, 2009; LEITE, 2003, 2010, 2012) e proporcione um contacto precoce e sistemático com a profissão (LOPES, 2009; KORTAGHEN, 2010) de modo a permitir uma forte relação com as situações inerentes ao exercício profissional e com os desafios que a atravessam (NÓVOA, 2009). A par destes discursos, tem sido veiculado o apelo à qualidade (OCDE, 2012, 2013; UNESCO, 2005). É tendo por referência estas ideias que este artigo elege como objetivo analisar o modelo de formação de professores do ensino básico resultante da adequação, em Portugal, aos compromissos de Bolonha. Essa análise é focada nas possibilidades que o modelo oferece para assegurar uma formação profissional que, apoiada numa qualidade social, crie condições para que sejam contemplados os desafios sociais e educacionais deste século XXI. A análise do modelo de formação instituído revela uma estrutura curricular que se afasta de um modelo integrado, separando a formação teórica da formação relativa à prática docente, e que oferece um tempo curto de socialização com a profissão. Ou seja, revela poucas possibilidades de uma formação que se organize no quadro das ideias sustentadas pelos discursos académicos e que seja capaz de concretizar uma qualidade social das aprendizagens, das instituições e da profissão não fechada em critérios economicistas e de pendor neoliberal.Downloads
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