Modernidade, Globalização e as Redes Transnacionais de Apoio aos Povos Indí­genas: o cosmopolitismo insurgente

Autores

  • Daniel Reis e Silva Universidade Federal do Amazonas
  • Luna de Souza Fernandes Universidade Federal do Amazonas
  • Mônica Nazaré Picanço Dias Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.5935/26.40.2023.9706

Palavras-chave:

Modernidade, Colonialidade, Direito Internacional, Redes Transnacionais, Povos indí­genas

Resumo

A modernidade se encontra atrelada à colonialidade, e as concepções de mundo de ordem eurocêntrica tendem a expandir-se e alcançarem hegemonia também na formação do direito internacional, num processo que invisibiliza cosmovisões não ocidentais. No século XXI, porém, emergem num mundo multipolar e multicivilizacional novas estratégias de descolonização, com raiz em movimentos populares e indí­genas, que culminam em articulações de escala regional e global, bem como na formação de redes de proteção que transcendem fronteiras e se utilizam de instrumentos antes monopolizados pela modernidade hegemônica em expansão. Por meio de um estudo dedutivo, a presente pesquisa partirá de uma sí­ntese acerca da formação da modernidade e de sua outra face, a colonialidade, a partir da expansão das fronteiras do capital. Em seguida, abordará a formação do direito internacional em sua raiz eurocêntrica e a gradual expansão de seus mecanismos de legitimidade no novo século a partir da incorporação de visões indí­genas não ocidentais e da articulação indí­gena em escala transnacional. Por fim, o trabalho trará exemplos de aplicação prática do cosmopolitismo contra-hegemônico mencionado por Boaventura de Sousa Santos, ressaltando o papel das redes transnacionais de proteção na ressignificação de valores pós-modernistas por uma perspectiva descolonial.

Biografia do Autor

Daniel Reis e Silva, Universidade Federal do Amazonas

Mestrando em Direito pela Universidade Federal do Amazonas, seguindo a linha de pesquisa sobre institucionalidades estatais e pluralidades sociojurí­dicas. Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade Damásio e em Direito Processual Civil pela Universidade Federal do Amazonas. Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Amazonas.

Luna de Souza Fernandes, Universidade Federal do Amazonas

Mestranda em Constitucionalismo e Direitos na Amazônia pela Universidade Federal do Amazonas (2019). Especialista em Direito Público (PUCMinas). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (2017). Consultora Jurí­dica na Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental. Advogada. Membro da Subcomissão de Adoção da OAB/AM.

Mônica Nazaré Picanço Dias, Universidade Federal do Amazonas

Doutora em Ciência Jurí­dica UNIVALI/SC (2013). Mestre em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas (2008). Especialização em Direito Penal e Direito Processual Penal (2001) e Graduação em Direito pela Universidade Federal do Amazonas (1997). Atua principalmente nos seguintes temas: Justiça Ambiental, Desenvolvimento Sustentável, Criminologia e Transnacionalidade. Professora Adjunta C, I da Universidade Federal do Amazonas em Direito Penal e Direito Processual Penal e Faculdade Martha Falcão e Faculdade Santa Teresa. Professora do Curso de Pós Graduação em Direito Penal do CIESA /AM. Professora do Programa de Pós Graduação (Mestrado em Constitucionalismo e Direitos na Amazônia ). Advogada.

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Publicado

2024-08-15

Como Citar

e Silva, D. R., Fernandes, L. de S., & Picanço Dias, M. N. (2024). Modernidade, Globalização e as Redes Transnacionais de Apoio aos Povos Indí­genas: o cosmopolitismo insurgente. Juris Poiesis - Qualis B1, 26(40). https://doi.org/10.5935/26.40.2023.9706