Kant e Aristóteles como paradigmas da ética normativa: uma separação intransponí­vel?

Autores

  • Gustavo França Universidad de Navarra

Resumo

Este artigo pretende traçar as linhas gerais de uma interpretação da ética de Immanuel Kant (1724-1804) que contraria a leitura mais difundida nos manuais e no debate acadêmico contemporâneo. Buscaremos expor os elementos da filosofia prática kantiana que lançam sérias dúvidas sobre a narrativa de que ela representaria um paradigma radicalmente oposto às éticas clássicas, particularmente a de Aristóteles (384 a. C. - 322 a. C.). Nessa esteira, iniciaremos apresentando um panorama geral da interpretação mais comum, que vê uma separação intransponí­vel entre o mundo moral dos antigos e o dos modernos, dando particular atenção à visão chamada construtivista de John Rawls (1921-2002), profundamente influente nas discussões morais de nossos dias. Em seguida, traremos à baila três aspectos fundamentais da ética kantiana, que permitem fundamentar a tese daqueles que desafiam o esquema ordinário: i) a doutrina do factum da razão; ii) a importância central da fórmula da humanidade do imperativo categórico; e iii) as obras de ética material de Kant, em que aparece a aplicação da lei moral na dedução de deveres concretos.

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Publicado

2020-12-10

Como Citar

França, G. (2020). Kant e Aristóteles como paradigmas da ética normativa: uma separação intransponí­vel?. Juris Poiesis - Qualis B1, 23(33), 113–138. Recuperado de https://mestradoedoutoradoestacio.periodicoscientificos.com.br/index.php/jurispoiesis/article/view/9322

Edição

Seção

Artigos