A CONTRIBUIÇÃO DE UMA TEORIA FEMINISTA DA JUSTIÇA: Para o alcance da justiça social para mulheres negras
DOI:
https://doi.org/10.5935/26.40.2023.10325Palavras-chave:
Teoria feminista da justiça, justiça social, mulheres negras, reconhecimento, redistribuição e representação política.Resumo
Considerando o funcionamento anormal da justiça e a necessidade de se pensar aparatos teóricos que visam enfrentar as injustiças sociais, sobretudo para grupos vulnerabilizados, nos debruçamos sobre a contribuição de uma teoria feminista da justiça para se alcançar a justiça social para mulheres negras, a fim de analisar qual a contribuição de uma teoria feminista da justiça para a justiça social para essas mulheres. Para tanto, faremos essa análise a partir da teoria feminista de justiça da filósofa norte-americana Nancy Fraser, amparados pelo conceito tridimensional de reconhecimento, redistribuição e representação política, dando ênfase aos marcadores sociais de gênero e raça, visando avaliar se há uma contribuição teórica para pensarmos uma justiça social para mulheres negras, analisando qual seria a contribuição dessa teoria de justiça para o enfrentamento das injustiças sofridas por essas mulheres. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica, com objetivo descritivo exploratório, através de uma abordagem qualitativa dos textos da autora e do método hipotético dedutivo para pensarmos em que medida gênero e raça podem ser uma categoria normativa aceitável para se pensar justiça. Diante disso, estamos cientes de que a inclusão dessas categorias não causará uma ruptura a tradição do pensamento normativo, mas propomos o debate, para abertura de discursões para o enfretamento das injustiças sociais sofrida por grupos vulnerabilizados.
Referências
ADICHIE, ChimamandaNgozi. O perigo da história única. São Paulo: Companhia das letras, 2019.
________, Chimamanda Ngozi. Para educar crianças feministas: um manifesto. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade.São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen 2019. ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
ARRUZZA, Cinzia e BHATTACHARYA, Tithi e FRASER, Nancy. Feminism for the 99%: A Manifesto. London/New York: 2019.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
COLLINS, Patricia Hill Interseccionalidade [recurso eletrônico] / Patricia Hill Collins, SirmaBilge ; tradução Rane Souza. - 1. ed. - São Paulo : Boitempo, 2020. Collins, Patricia Hill Interseccionalidade [recurso eletrônico] / Patricia Hill Collins, SirmaBilge ; tradução Rane Souza. - 1. ed. - São Paulo : Boitempo, 2020.
CRENSHAW, K. (2002). Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero (L. Schneid, Trad.). Revista Estudos Feministas, 10(1), 171-188.
DELGADO, Richard; STEFEANIC, Jean. Teoria crítica de raça: uma introdução; tradução Diógenes Moura Breda; prefácio de Adilson Moreira. – 1a ed. – São Paulo: Editora Contracorrente, 2021.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FRASER, Nancy e BARTKY, Sandra. Revaluing French Feminism: Critical Essays on Difference, Agency, and Culture. Bloomington/Indianopolis: MIT Press, 1992.
FONSECA, Maria Guadalupe Piragibe da. Iniciação à pesquisa no Direito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
FRASER, Nancy. Justice Interruptus: Critical Reflections on the “Postsocialist” Condition. New York: Routledge, 1997.
FRASER, Nancy e JAEGGI, Rahel. Capitalism. A conversation in critical theory. Cambridge: Polity Press, 2019.
FRASER, Nancy e HONNETH, Axel. Redistribution or Recognition? A Political- Philosophical Exchange. London/New York: Verso, 2003.
FRASER, Nancy. The Old is Dying and the New Cannot Be Born. From Progressive Neoliberalism To Trump And Beyond. London/New York: Verso, 2019.
__________ Adding Insult to Injury: Nancy Fraser Debates Her Critics. New York: Verso, 2008.
__________ Unruly Practices: Power, Discourse, and Gender in Contemporary Social Theory. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1989.
__________ Fortunes of Feminism: From State-Managed Capitalism to Neoliberal Crisis. Brooklin, New York: Verso Books, 2013.
__________ Scales of Justice: Reimagining Political Space in a Globalizing World. Cambridge: Polity Press, 2009.
GONZALES, Lélia. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984, p. 223-244. RACISMO E SEXISMO NA CULTURA BRASILEIRA. Apresentado na Reunião do Grupo de Trabalho “Temas e Problemas da População Negra no Brasil”, IV
Encontro Anual da Associação Brasileira de Pós-graduação e Pesquisa nas Ciências Sociais, Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1980.
GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa; DIAS, Maria Tereza Fonseca. (Re)Pensando a pesquisa jurídica: teoria e prática.Belo Horizonte: Del Rey, 2002.
GUSTIN, M. B. de S. et al.Pesquisa quantitativa na produção de conhecimento jurídico. Rev. Fac. Direito UFMG, Belo Horizonte, n. 60, p.291-316, jun/ 2012.
MACKINNON, C. A. Toward a feminist theory of the state. Cambridge, MA: First Harvard University Press paperback edition, 1989.
MARQUES NETO, Agostinho Ramalho. A ciência do Direito: conceito, objeto, método. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo: N-1 Edições, 2020.
MEZZAROBA, Orides; MONTEIRO, Cláudia Servilha. Manual de metodologia da pesquisa no direito. 8. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
MOREIRA, Adilson José. Pensando como um negro: ensaio de hermenêutica jurídica. São Paulo: Editora Contracorrente, 2019.
PATEMAN, Carole. O contrato sexual. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1988. RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, Justificando, 2017.
SANTOS, Fernanda Marsaro dos. Análise de conteúdo: a visão de Laurence Bardin. Resenha de: [BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011, 229p.] Revista Eletrônica de Educação. São Carlos, SP: UFSCar, v.6, no. 1, p.383-387, mai. 2012. Disponível em http://www.reveduc.ufscar.br
SMART, Carol. La teoria feminista y El discurso jurídico. Social & Legal Issues: An International Journal, I, 1, 1992, pp. 29,34.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores de trabalhos publicados nesta revista declaram conhecer e concordar com as seguintes regras:
1. O envio de qualquer colaboração implica a cessão integral e gratuita dos direitos autorais à Revista, que não se obriga a devolver os originais das colaborações encaminhadas.
2. Os artigos publicados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Revista Juris Poiesis ou da Universidade Estácio de Sá.