A Construção Metafórica do Golpe de 1964: Uma Análise Discursiva dos Editoriais do Jornal Folha de São Paulo
Palavras-chave:
Empresas e Ditadura Militar, Estudos Organizacionais Históricos, Jornal Folha de São Paulo, Análise Crítica do Discurso, Metáforas.Resumo
O artigo tem como objetivo compreender, em uma perspectiva histórica, a atuação discursiva da empresa Jornal Folha de S. Paulo em relação ao Golpe Militar de 1964, a partir da análise das construções metafóricas presentes em seus editoriais de janeiro a maio de 1964. Para tanto, construiu-se uma base teórica sobre (a) metáforas e estudos organizacionais; (b) análise crítica do discurso; e (c) a historiografia sobre Imprensa e Ditadura Militar. Quanto à metodologia da pesquisa, de natureza qualitativa e interpretativa, foram utilizados como fontes documentais 11 editoriais publicados de janeiro a maio de 1964, incluindo o editorial do Caderno Especial "64 - o Brasil continua" de 31 de março de 1964. Posteriormente analisados à luz da análise crítica de discurso, foram identificadas as seguintes metáforas: "tantos mares", "cruzar os braços", "semente comunizante", "pai generoso", "asfixia", "poeira nos olhos", "tranca na porta já arrombada", "fogueiras acesas", "nem tudo são rosas", "passos de tartaruga", "máquina com peças danificadas" e "remédio heroico", cada qual em seu contexto. A análise do conjunto das construções metafóricas encontradas nos permite refletir sobre o seu uso como reforço simbólico discursivo, em especial à luz da historiografia sobre Imprensa e Ditadura Militar, contribuindo para o debate acerca do papel do Jornal Folha de S. Paulo no Golpe de 1964 destacando: (1) a contribuição da empresa para a desestabilização do governo do presidente João Goulart, marcado pelos editoriais de janeiro, fevereiro e março e; (2) o alinhamento da empresa com o golpe militar e seu apoio ao novo governo, marcado pelo Caderno Especial e pelos editoriais dos meses de abril e maio.
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